DENÚNCIA DE RACHADINHA PÕE 11 VEREADORES NA MIRA DA POLÍCIA

Segundo o delegado, a investigação começou a partir de uma denúncia anônima feita junto a Delegacia Seccional de Polícia.

25 Agosto 2021
Onze vereadores de Rio Preto, um deles licenciado, e ao menos 34 assessores nomeados em cargos de comissão na Câmara ou por indicação de parlamentares em outros setores da administração pública entraram na mira do Setor Especializado de Combate aos crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold) da Polícia Civil.

Em entrevista ao Site na noite desta terça-feira (24), o delegado titular da Seccold, Gustavo Henrique Gonçalves, que vai presidir o inquérito, afirmou que todos os nomes apresentados serão investigados pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Pela prática conhecida como “rachadinha”, parte dos vencimentos de assessores, por exemplo, é transferida para vereadores como forma de compensação pelo “apadrinhamento” ou por algum outro motivo, como o pagamento de um outro prestador de serviços. A investigação pode se estender inclusive para outras legislaturas.

Serão investigados os vereadores Anderson Branco (PL), Bruno Marinho (Patriota), Cláudia De Giuli (MDB), Celso Peixão (MDB), Francisco Júnior (DEM), Jorge Menezes (PSD), Julio Donizete (PSD), Odélio Chaves (Progressistas), Paulo Pauléra (Progressistas) e Rossini Diniz (PL), além do secretário de Esportes, Fábio Marcondes, vereador licenciado. Ele foi incluído porque, segundo a denúncia, estaria fazendo a rachadinha entre assessores na pasta.

Segundo o delegado, a investigação começou a partir de uma denúncia anônima feita junto a Delegacia Seccional de Polícia de Rio Preto em julho. Esta foi encaminhada ao Deic, onde foi criado o Seccold, setor especializado neste tipo de crime. O inquérito foi instaurado no começo deste mês.

Por se tratar de muitos nomes citados na denúncia, e também por não ter um denunciante testemunhando, a investigação é bem complexa e ainda está no início. Ele descarta já sair convocando os vereadores e assessores envolvidos para oitivas no primeiro momento. “Provavelmente vou ouvi-los em algum momento. Mas, por enquanto, vamos por algumas outras linhas de investigação”, afirmou. Ainda segundo o delegado, ele prefere não detalhar os próximos passos para não atrapalhar o andamento das investigações.

Entre as tantas linhas disponíveis, está a quebra de sigilos bancários e telemáticos dos vereadores e assessores, por exemplo. O inquérito foi aforado na 4ª Vara Criminal de Rio Preto, por onde passarão os pedidos de autorização para muitos dos procedimentos de investigação, segundo o delegado.

Outro lado

“É cada coisa que acontece. Podem puxar minhas contas, podem fazer tudo o que quiserem, que estou absolutamente tranquilo. Mas eu acho um absurdo. Quem denunciou é quem tem que provar, mostrar o que tem de concreto. Fazer o quê? Vamos aguardar com muita tranquilidade, sem nada a esconder”, afirmou Paulo Pauléra.

“Se tem denúncia tem que se apurar . Quem não deve não teme. Estou tranquilo sobre esse assunto”, resumiu o vereador Celso Peixão.

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