UM CASAL SUSPEITO DE MATAR UM BEBÊ DEVIDO A UMA OVERDOSE DE COCAÍNA É DETIDO NO LITORAL PAULISTA

Relatório do Instituto Médico Legal indica que a causa da morte de um bebê de três meses foi intoxicação por cocaína. Os pais foram detidos preventivamente.

12/01/2025

São Paulo – Na última quinta-feira (9/1), policiais militares de Praia Grande, no litoral paulista, detiveram um casal suspeito de matar o filho por overdose de cocaína. Quando faleceu, o bebê tinha apenas três meses de vida.

Priscila Vancini Lopes, de 35 anos, e Wanderley de Araújo, de 48 anos, são acusados de homicídio qualificado e estavam foragidos desde que a prisão preventiva lhes foi imposta pela 1a Vara do Júri de Campinas, em 16 de dezembro do ano passado.

Após o nascimento de outro filho, ela foi detida no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande. Ele foi preso horas mais tarde, durante uma patrulha policial, que notou um comportamento atípico antes de efetuar a abordagem.

Wanderley foi levado ao Pronto Socorro Central devido a sintomas de gripe, e posteriormente à Central de Polícia Judiciária (CPJ) local, onde Priscila também foi conduzida.

Ambos encontram-se reclusos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande.

Ingestão excessiva de cocaína
Segundo os documentos obtidos pelo Metrópoles, o filho do casal, um bebê de apenas três meses, foi encontrado sem vida pela mãe. Durante seu depoimento, ela contou aos oficiais que amamentou o bebê por volta das 5 da manhã, deixando-o na cama, deitado de lado. Depois, foi vestir a outra filha.

Conforme o relato, o pai do bebê também se encontrava em casa, porém no banheiro no instante em que ela se deparou com o bebê frio e com sangue no nariz.

De acordo com o depoimento da mãe, ela teria corrido para a rua em busca de ajuda ao perceber a seriedade da situação. Um motorista que passava prestou auxílio e os conduziu até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Padre Anchieta, onde foi confirmado o falecimento e a rigidez do corpo do menino.

O relatório do Instituto Médico Legal (IML), emitido em 8 de agosto de 2024, indicou que a avaliação externa do bebê revelou desnutrição e coágulos sanguíneos nas narinas.

O documento descreve que um exame toxicológico, solicitado devido ao uso de crack pela mãe, revelou a presença de cocaína e seus derivados no sangue da criança.

Ao ser questionada, a mãe declarou que cessou o uso da substância cerca de dois anos antes de conceber a outra filha, mas não conseguiu explicar a presença de cocaína no exame toxicológico do menino. Ela também afirmou que jamais amamentou o filho com leite materno.

No interrogatório, o pai declarou nunca ter consumido cocaína e sugeriu que, mesmo após dois anos, poderia existir alguma substância no organismo de Priscila.

Acusação e detenção
Em 30 de agosto de 2024, a mãe foi indiciada por homicídio culposo, quando não existe a intenção de matar.

No entanto, em uma acusação feita em 28 de novembro de 2024 pela promotora de Justiça Verônica Silva de Oliveira, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), foi pedida a detenção preventiva de Priscila e Wanderley, sob a acusação de homicídio qualificado, além de incluir a responsabilidade do pai.

No dia 6 de dezembro, a Defensoria Pública do Estado (DPESP) se posicionou contra a solicitação de prisão preventiva, contudo, a detenção foi determinada pelo magistrado Lucas Silveira Dacardia. Os mandados foram emitidos no mesmo dia, com uma validade aproximada de quase duas décadas – até novembro de 2024.

Os acusados estão encarcerados e devem aguardar a conclusão do processo.