Por que o sigilo em relação aos casos confirmados?
Mesmo sem determinações específicas do Ministério da Saúde para que nome e demais dados sejam preservados, autoridades usam o bom senso e ética para resguardar pacientes
10 ABRIL 2020
Em época de pandemia, é recorrente a disseminação das chamadas fake news, que são notícias falsas, sendo que entre as mais comuns estão fotos e perfis em redes sociais de pessoas que teriam supostamente contraído a doença ou então até mesmo morrido por causa do Covid-19. A confirmação do nome e informações detalhadas dos casos, no entanto, não costumam ser divulgadas por meio das autoridades de saúde, como é o caso da cidade de Presidente Prudente.
Isso porque, conforme Elaine Bertacco, supervisora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), mesmo sem uma determinação específica vindo do Ministério da Saúde sobre o sigilo em relação ao nome e informações como o bairro do paciente, por exemplo, é preciso usar o bom senso e a ética em tais análises. “É uma situação que eventualmente pode causar constrangimento ou até mesmo preconceito para aqueles que estão com a doença, então, preferimos não disponibilizar tais dados extras para não causar alardes, a não ser que o paciente esteja de acordo com isso”.
Elaine dá um exemplo em relação ao primeiro caso confirmado da doença na cidade, em uma jovem. A supervisora aponta ter ligado para ela, em um dos acompanhamentos que costuma fazer sobre o caso, e deixado claro que se a jovem se sentisse a vontade, poderia dar entrevistas para relatar a experiência que teve e mostrar que a população pode vencer a doença. “Ela preferiu não se identificar, pois sabemos que é um peso muito grande, e havia receio dela sobre como receberiam tal informação”.