Mulher acusa clínica de maus-tratos contra o pai de 72 anos

01/03/2020  | S. J. do Rio Preto | DL News
Uma atendente de 45 anos procurou a Polícia Civil de Rio Preto para denunciar uma clínica terapêutica de maus-tratos contra o pai, o aposentado João Ribeiro de Arcanjo, de 72 anos, que morreu na tarde de ontem.

Segundo informações do boletim de ocorrência registrado na Central de Flagrantes, um empresário de 45 anos, proprietário da instituição particular (localizada na Estância Recreio Terras de São José, em Rio Preto) teria ameaçado a mulher caso ela arrumasse algum “problema” para ele.

Ainda de acordo com o registro policial, João Ribeiro estava internado na unidade por consequência do alcoolismo. No dia 26 de fevereiro ele recebeu alta e foi deixado, ainda acamado, pelo empresário na casa da ex-mulher dele, que mora em Rio Preto.

Ao retirar as faixas que estavam enroladas nas pernas do ex-marido, para fazer os curativos, a idosa se assustou com os machucados no corpo do aposentado, e chamou uma ambulância do SAMU. A vítima foi encaminhada para a UPA Norte, onde permaneceu internada até o último sábado (29). Na sequência, João foi transferido para o Hospital Estadual João Paulo II, onde morreu às 16h55.

O relatório da solicitação de encaminhado do corpo da vítima ao Instituto Médico Legal (IML), assinado pela médica Manuela Francisco Balthazar Neves, funcionária do hospital, informou que o paciente estava “acamado, com dificuldades para alimentar-se, atrofia, dificuldade de movimentação de membros superiores e inferiores e hipocontactuante com membros inferiores e superiores enfaixados (segundo cuidadores por lesões crônicas)”.

A filha do aposentado também foi até a UPA Norte para saber mais informações sobre o estado do pai. Lá, ela foi comunicada que o idoso teria sido vítima de maus-tratos.

Ao questionar o proprietário da clínica terapêutica sobre o que teria acontecido com o pai dela, a mulher foi ameaçada. “Vocês vão plantar e vão colher…se prepara. Tá bom? Se vocês arrumar (sic) algum problema com nóis (sic) vocês podem escrever, o que você plantar você vai colher…e vai colher em dobro”, teria digo o empresário, segundo aponta o boletim de ocorrência.

O DLNews ouviu o empresário, que negou as acusações. “Eu fui chamado por uma sobrinha dele, em Iturama. Lá na casa dele, nós recolhemos ele e levamos para a clínica, ele estava bem debilitado e abandonado. Não cobramos pela internação, foi para ajudar. As feridas na perna dele é (sic) por causa da bebida, que foi inchando a perna, formando bolha e estourando, saindo água. Ele ficava nervoso e mexia nas feridas”, disse.

Ainda de acordo com o empresário, ele devolveu o paciente para a família porque não tinha mais condições de cuidar dele. “Quando devolvi ele para a mulher, aqui em Rio Preto, era porque não tínhamos mais condições de cuidar dele, porque ele se recusava a comer e mexia muito nos machucados. Eu não ameacei a filha dele. Ela ameaçou me processar e eu disse que o problema poderia voltar para ela, já que o pai estava abandonado”, afirmou.

O corpo do aposentado foi encaminhado para ser enterrado em Iturama.

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