GRUPO DE DEPUTADOS DA ALESP PRESSIONA MAMÃE FALEI A RENUNCIAR MANDATO

Articulação é para que deputado abra mão de seu mandato antes que um processo de cassação seja aberto no Conselho de Ética da assembleia

08 Março 2022

Um grupo de parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pressiona o deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, a renunciar seu mandato na Casa, após a coluna revelar, em primeira mão, áudios enviados por ele com comentários sexistas sobre refugiadas ucranianas.

A articulação, nos bastidores, é para que Mamãe Falei abra mão do seu mandato antes que um processo de cassação seja aberto no Conselho de Ética da Alesp. Até a noite dessa segunda-feira (7/3), já eram mais de 10 representações pedindo a perda do mandato do deputado em razão dos áudios.

O movimento para convencer Mamãe Falei a renunciar ao mandato tem sido capitaneado pelo deputado estadual paulista Campos Machado (PTB). À coluna o parlamentar argumentou que a defesa da renúncia de Mamãe Falei seria “unanimidade” dentro da assembleia paulista.

“Hoje, a presença dele é um insulto para toda a assembleia. As pessoas dizem que não conseguem mais conviver com ele”, disse o deputado Campos Machado, acrescentando: “Vamos fazer pressão. Vamos evitar cumprimentar, evitar de estar presente em reuniões de comissões com a presença dele”.

Outros defensores da renúncia de Mamãe Falei argumentam que o pedido do deputado evitaria o desgaste interno de cassar o mandato de um colega. Especialmente após a Alesp não ter cassado o deputado estadual Fernando Cury (sem partido), mesmo após ele apalpar a deputada Isa Penna (PSOL) no plenário da Casa.

Parlamentares fizeram chegar a Mamãe Falei que são grandes as chances de ele ser cassado, caso não renuncie. Ressaltaram que, nessa segunda-feira (7/3), houve uma reunião de líderes partidários da Alesp, quando a maioria dos presentes sinalizou que defenderá a cassação do parlamentar.

Após a revelação dos áudios, o político paulista já anunciou ter desistido de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, a qual serviria de palanque para o ex-juiz Sergio Moro. Do Val também sofre pressão da cúpula do Podemos para se antecipar a um processo de expulsão e pedir sua desfiliação da sigla.