FRAUDE NO CARTÃO DE VACINA DE BOLSONARO:EX-PREFEITO É ALVO DA POLÍCIA FEDERAL
Alvos são Washington Reis (MDB), secretário de Transportes do Rio e ex-prefeito de Duque de Caxias, e Célia Serrano, secretária de Saúde
04/07/2024
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (4/7), a segunda fase da Operação Venire, que apura a suposta fraude nos cartões de vacinação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022.
Os alvos são Washington Reis (MDB), secretário estadual de Transportes do Rio e ex-prefeito de Duque de Caxias, e Célia Serrano, secretária de Saúde de Caxias (foto abaixo).
Na atual fase, são cumpridos mandados de busca e apreensão contra os agentes públicos, que seriam responsáveis por viabilizar a inserção dos dados falsos de vacinação nos sistemas do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.
O mandados foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A ação tem como objetivo, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento.
Ao todo, são cumpridos dois mandados, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e de Duque de Caxias (RJ).
Primeira fase
A primeira fase da Operação Venire, desencadeada em maio do ano passado, identificou a formação de uma associação criminosa para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS, do Ministério da Saúde. Segundo a investigação, o objetivo era beneficiar várias pessoas ligadas ao círculo próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, as inserções falsas alteraram a condição de imunização contra a Covid-19 dos beneficiários e, com isso, as pessoas podem ter burlado restrições sanitárias impostas pelas autoridades do Brasil e dos Estados Unidos.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19”, escreveu Moraes na decisão em que autoriza a operação, datada de 28 de abril, com operação realizada nesta quarta.
A PF identificou a falsificação da carteiras de vacinação emitidas por duas secretarias de Saúde: a do estado de Goiás e a do município de Duque de Caxias (RJ), com tentativa de inserção de dados falsos em sistemas do Ministério da Saúde.
No caso do Rio de Janeiro, a falsificação ocorreu em benefício da esposa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, Gabriela Santiago Ribeiro Cid.