BOLSONARO DIZ QUE PETROBRAS PODE “MERGULHAR O BRASIL NUM CAOS”
Declaração do presidente é reação a possível anúncio de novos reajustes nos preços dos combustíveis, esperado para esta sexta-feira (17/6)
17 junho 2022
O mandatário afirmou que o governo federal, como acionista, é contra qualquer reajuste nos combustíveis, e voltou a falar em “lucro exagerado” da petroleira em plena crise mundial.
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, em reunião extraordinária realizada na quinta-feira (16/6), aumento do preço da gasolina e do diesel. O encontro que decidiu o reajuste aconteceu durante o feriado, em convocação de emergência. Os valores devem ser anunciados nesta sexta.
Veja o post de Bolsonaro:
Apesar de não estar sob a responsabilidade do conselho esse tipo de medida, o presidente do órgão, Márcio Weber, convocou a reunião para tentar dar um fim à crise que toma conta do assunto. O fato de, segundo a Petrobras, os preços estarem abaixo do mercado internacional fez com que o conselho tomasse a decisão.
Com o impasse entre as demandas do governo e do Congresso – que querem os preços mais baixos – e do mercado – que insiste na política de preço de paridade de importação (PPI) –, o conselho apostou no aumento.
A maioria dos participantes afirmou que é da competência do conselho tomar esse tipo de decisão e que isso estaria no estatuto. Geralmente, valores de combustíveis passam por um comitê que tem como integrantes o presidente da companhia, José Mauro Coelho, e os diretores de Finanças e Comercialização e Logística, Rodrigo Araújo e Cláudio Mastella.
Reações
Ainda na noite de ontem, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Ciro Nogueira, usou as redes sociais para protestar contra o aumento. “Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil”, tuitou Ciro, que é um dos principais auxiliares políticos de Bolsonaro.
Por sua vez, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chamou a companhia de “República Federativa da Petrobras” e disse que ela atua como um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro.
Lira afirmou que irá convocar reunião de líderes na próxima segunda-feira (20/6) para discutir na Câmara a política de preços.