ANTIDEPRESSIVOS NA GRAVIDEZ:IMPACTOS NO BEBÊ SÃO POUCO COMPREENDIDOS

Não são claros quais efeitos podem ser causados nos bebês pela ingestão de antidepressivos na gravidez, diz estudo de universidade em SP

02 Dezembro 2022

São Paulo – Cientistas da Universidade Federal do ABC (UFABC), na região metropolitana de São Paulo, apontaram que os efeitos dos antidepressivos na gravidez ainda são pouco compreendidos. O estudo indicou que ainda não está claro o impacto desses medicamentos no desenvolvimento do cérebros dos bebês.

Os especialista analisaram mais de uma centena de trabalhos científicos sobre a exposição do feto a remédios para tratar a depressão, principalmente, a sertralina, que é a substância mais receitada no mundo para esse fim.

A pesquisa foi publicada na versão online da revista Seminars in Cell & Developmental Biology e ainda fará parte da edição impressa do periódico. O trabalho tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Mais estudos

O neurocientista Alexandre Kihara, do laboratório de neurogenética da UFABC, destacou que a maior parte dos levantamentos sobre o assunto são pesquisas observacionais e estudos feitos em laboratório com culturas de células e animais.

“O desenvolvimento cerebral difere muito do que ocorre em humanos. Não oferecem dados suficientes para levar a resultados conclusivos”, diz o neurocientista.

Células-tronco

Os pesquisadores defendem que é necessário investigar o que acontece com as células nervosas em desenvolvimento no útero de mulheres durante o tratamento com antidepressivos.

“Estamos propondo um modelo experimental de ensaios com a utilização de células-tronco humanas de pluripotência induzida [hiPSC] para”, afirmou Luciana Simões Rafagnin Marinho, doutora em epigenética, da UFABC.

Antidepressivos na gravidez

A depressão pode afetar até 15% das mulheres grávidas. O uso de medicamentos antidepressivos durante a gravidez é considerado seguro e tem o aval da ciência.

“Não estamos dizendo, de maneira alguma, que não se deve usar antidepressivos na gestação. Estamos propondo um modelo experimental e ressaltando a necessidade de estudar sua ação no neurodesenvolvimento com os recursos mais avançados que temos na atualidade para, inclusive, gerenciar as potenciais alterações”, destaca o neurocientista.

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